A história se passa na cidade de Indianápolis, onde Hazel, de 16 anos vive com seu pais e convive com um câncer, descoberto aos 13 anos de idade. Após sua mãe notar o quão depressiva ela andava, Hazel é encaminhada por sua médica a um grupo de apoio e é lá que ela conhece Augustus Waters, apresentados pelo amigo em comum, Isaac.
Hazel está em estado terminal... ela ama muito sua família e é daí que tira forças para continuar, mesmo sendo fruto de um milagre após as últimas tentativas para salvá-la. E Augustus passa a ser também uma motivação.
Augustus é portador de osteosarcoma, um tipo de câncer que atingiu seus ossos, mas com grandes chances de cura. Eles se conhecem, ficam muito amigos e juntos vão buscar realizar um sonho de Hazel Grace: descobrir o que acontece com os personagens do seu livro favorito após o final inacabado, Uma "Aflição Imperial" de Peter Van Houten.
A Hazel é extremamente inteligente, e realmente me fez refletir sobre a vida. É uma leitura muito gostosa de fazer, pois a linguagem é toda jovem e narrada por ela. Você passa a pensar sobre várias coisas, como a relação que tem com seus pais, com seus amigos e outras pessoas que vivem com você. Queria contar sobre minhas partes favoritas.. (Não é spoiler) rs.
É também um livro divertido, romântico e triste que vale com certeza apena vocês lerem. Hazel Grace e John Green me conquistaram e espero que conquiste vocês também!
Podemos dizer que John Green conseguiu transformar um tema pesado como o câncer numa história doce, sensível, inteligente e bem-humorada. A evolução dos personagens de crianças para jovens adultos é visível ao longo da narrativa e Green toma certos cuidados para conseguir equilibrar os lados racional e emocional de Hazel e Gus:
Narrado em Primeira pessoas: Um trecho bonito, a respeito do infinito, foi tudo o que precisou para eu me interessar por "A Culpa E Das Estrelas". Segundo um textinho na orelha do livro, essse é o projeto mais ambicioso de John Green e, mesmo sem conhecer as coisas obras do autor, acho que posso concordar com isso. Conseguir fazer rir tratando de um tema tão Mórbido e com uma propensão tão grande para o drama, é feito e tanto. Mas provocar riso ainda não é a maior realização de John Green. O que A Culpa É Das Estrelas tem de mais legal é a sua delicadeza. É o tom adolescente, fresco, debochado e que, simultaneamente, consegue ser profundo e reflexivo. São os personagens possíveis, que sentem raiva de sua condição, medo do esquecimento e não estão mesmo prontos para se despedir. E é tudo isso somado aos sonhos de Hazel Grace e de Augustus Waters (os protagonistas do livro), que a gente torce para se realizarem, mesmo que tudo indique que eles não vão acontecer. E, por fim, é o envolvimento que A Culpa É Das Estrelas consegue fazer com que a gente tenha com a sua trama. Não dá para não se importar. Hazel tem câncer em um estágio avançado. Para sair de casa, ela precisa da ajuda de um respirador. Há 3 anos ela não vai à escola e, por isso, seu contato humano se restringe a seus pais. Ok, ela até cursa algumas cadeiras na faculdade comunitária de Indianapolis, mas não tem amigos no local. Então, na tentativa de fazer com que ela se relacione com alguém que, efetivamente, entenda o seu problema, sua médica sugere que ela frequente um grupo de apoio para crianças com câncer. E, contrariada (e obrigada pelos pais), Hazel começa a ir. Num dia comum, quando parecia que tudo o que ela ia ouvir era Patrick falando (de novo) sobre sua “ausência de bolas”, ela conhece Augustus Waters. Ele é lindo, inteligente e adora metáforas. E ele está visivelmente interessado nela. O que começa daí para frente poderia ser só mais uma história de amor adolescente que a gente lê e pensa “pfff, até parece”. Mas não. É tudo tão bonito, gradual e escrito de um jeito tão delicado que faz com que a gente suspire e realmente compre o que é narrado.Augustus está longe do protótipo de príncipe encantado. E seus defeitos, como sua arrogância, aparecem imediatamente. Mas, ao contrário de Hazel, ele tem uma visão mais suave das coisas. Não chega a ser otimista – até porque depois de perder uma perna para o câncer e ver o seu melhor amigo perdendo os olhos, é difícil manter o otimismo –, mas revela que tudo é uma questão de ângulo. Ele também debocha dos clichês ditos por pessoas como Patrick e dos Encorajamentos que seus pais espalham pela casa, mas, ao mesmo tempo, ele se agarra a alguns deles. E, por ainda conseguir ver cores em coisas que Hazel já pintou de cinza, ele é uma espécie de complementação e contraponto da personagem.
Entre as milhares de coisas importantes que Gus e Hazel compartilham, está o carinho por um livro chamado “Uma Aflição Imperial”. Esse romance será a força motora de boa parte da narrativa. É que ele termina de um jeito abrupto. A garota que narra a história de “Uma Aflição” também tem um câncer em estado terminal e, simplesmente, para de escrever no meio de uma frase. Para Hazel, essa foi a maneira encontrada por Peter Van Houten (o autor da obra), de dizer que a vida termina do nada. Você sempre vai estar no meio de alguma coisa. Mas, para nós, leitores de A Culpa É Das Estrelas, a história de UAI é maior do que isso.Hazel e Augustus querem saber o que acontece com os demais personagens do tal livro para poder ter uma visão de como as pessoas ao seu redor ficariam depois da morte deles. Se elas se reergueriam e esse tipo de coisa. Conhecendo o desfecho de UAI, talvez, eles pudessem ser mais esperançosos. Porém, a vida nunca é como a gente deseja, as pessoas nunca são como a gente deseja e, ao fim do romance, os dois continuam sem respostas. Essa escolha foi bastante acertada da parte de John Green e impediu que seu livro se transformasse em algo clichê.Aliás, clichê é uma coisa que passa longe de A Culpa É Das Estrelas. Para mim, o livro trabalha com diversos anti-clímax: sempre que você cria expectativas para determinado acontecimento, vai tudo tão mal que te frustra tanto quando frustra as personagens. Sempre que você está lendo, sem maiores esperanças de algo grande, uma coisa bonita de verdade acontece e você se pega sorrindo. Isso é uma das coisas que imprimem realidade na obra e fazem com que ela seja tão agridoce.